MEU CAPITÃO

17:24

                                             Ó Capitão! meu capitão ! Finda é a nossa
                                             tormentosa viagem!
                                             Walter  Whitman.

 Meu Capitão! meu grande Capitão! Vamos continuar a viagem
A nossa tormentosa viagem de onde talvez não voltaremos !

Garcia  Lorca não voltou, naquela manhã brumosa de Granada
Mas é por isso que ele é cada vez mais vivo, como uma estrela
Nas noites das nossas angústias.

Meu Capitão ! Meu capitão ! Está caindo das estrelas a sinfonia de
                                                                                        Shostakovich,
Que se mistura, em nossos ouvidos, ao gemido dos humilhados,
É á queixa dolorosa dos escravos do trabalho.

Meu Capitão! Meu grande Capitão! Eu quero empreender a teu lado
                                                            a longa e tormentosa viagem.

Meu Capitão! Os filhos dos operários que cairam dos andaimes
Estão tombados na calçada morrendo de fome e de frio.

As mulheres do porto tem aflição nos olhos magoados,
É por isso que eu quero empreender a teu lado a longa  e tormentosa
                                                                                               viagem,

Mesmo que não chegue contigo, meu Capitão da Esperança!
Mesmo que  eu fique na estrada, de olhos já sem vida,
De olhos pacados que já não vêem as estrelas.
Que nos apontaram o caminho.

Meu Capitão! Meu Grande Capitão !
É tudo para mim que o teu pensamento se volte, uma vez, na ho-
                                                                                             ra triunfal,
Para  aqueles que encheu o teu caminho tortuoso e tormentoso do
                                      canto altíssimo dos que souberam acreditar
Na chegada triunfal.
Meu Capitão ! Meu Grande Capitão !
Vamos continuar a viagem da qual talvez não voltarei.

Vamos, meu Grande Capitão !
O que me importa menos é voltar !

     

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1 comentários

  1. Olá,Luiz Carlos!

    Cheguei a este espaço ao acaso. Que presente encontrei. Ler esta bela poesia de um autor que não conhecia.
    Desejo sempre me aportar por aqui e saborear outros poemas.

    Cordialmente,

    Aureliano.

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