Meu Pai

13:11

Cresci vendo-o no arduo do sacrificio,
De prover nosso honesto e pobre lar,
Vendo-o a amar a pobreza a odir o vicio,
Vendo-o sofrer sem nunca blasfemar.

Se a vida o bem lhes paga com o suplício,
(Que a ingratidão da vida não tem par),
Ele, de ódio perveso sem resquicío,
Só possuia alma para perdoar.

É dele que me vem essa ternura,
Com que amo o pobre e a alheia dor contemplo,
E esse estoico desdém pela amargura.

Pai, meu altar, meu idolo, meu templo,
Deste-me tudo dando-me aventura,
Do tesouro maior de teu exemplo!

Conquista - 1938.

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