Desânimo
11:40Nas horas de desânimo e desgostos,
Sinto essa mão macia, carinhosa,
Maternal, que me afoga as mãos e o rosto,
Perfumada de sândalo e de rosa.
Se me ponha a cismar, o sol já posto,
Exausto dessa via dolorosa,
A cabeça cansada dá-me encosto
E o suor me enchuga a doce mão piedosa.
Tanto falei das mãos nos meus poemas!
Agora, esta me vem mostrar estrelas,
- No manto azul do céu doiradas gemas, -
Num gesto de carinho e de piedade,
Pura entre as puras, bela entre as mais belas,
A MÃO NEVADA E FRIA DA SAUDADE...
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