Espelho

13:40

Ao receber-te nos meus braços, como estéta
Hei de prender o instinto, a fera já domada;
Nos teus olhos azuis nada mais verei, nada
Mais que um raio de luar na água morta e quieta.

Percorrendo o teu corpo, as minhas mãos de poeta
Hão de achar a beleza eternamente ansiada.
Buscando a perfeição, encontrei, em cada
Curva, um motivo mais de exaltação completa.

Ao reclinar-te, assim, toda branca, em delírio,
Não hão de maguar as minhas mãos perversas;
Hei de ter a impressão de quem desfolha um lírio...

E no teu corpo, em teu anseio, em teu pudor
Verei da natureza as mutações diversas,
- Grande poema imortal de beleza e explendor! 

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