INATINGIDA

16:14

Esta que eu sei que não virá para os meus braços
Tem na voz a harmonia imensa do perdão,
Doces como Jesus, verdes como os sargaços
Sei que seus olhos baços
Por minha desventura, um dia chorarão.

Essa que, em minha vida, eu jamais possuirei,
Tem nas maõs o palôr das pétalas de um lirio,
-Maõs heraldicas, maõs que eu sempre ambicionei,-
Dôr e esplendor do meu martírio !

Só essas maõs, na vida ingrata e inquíeta,
Poderão minorar
A dôr que me devora a alma de poeta
Cansada de sonhar !

O seu corpo de ánfora,-perfeito
Como as antigas ánforas, -contem
A imensa perfeição de um espirito eleito,
Nascido para o amor, formado para o bem.

Essa mulher é o meu anseio, a minha
Unica aspiração, meu ideal, meu tudo
Amo o seu porte augusto de rainha,
Sonho com seus cabelos de veludo
Quero os seus olhos bons,- verdes como os sargaços,
Desejo as suas mãos, alvas como dois lirios...
Hei de morrer beijando a marca dos seus passos,
Vejo-a chorar por mim, nos meus delirios...
Porque sei que jamais a terei nos meus braços!

You Might Also Like

1 comentários

  1. SR.Lima:
    BOA NOITE,
    POESIAS QUE DA VONTADE DE LER REPETIDAMENTE. O BLOG DO POETA BAHIANO É NO MEU PONTO DE VISTA MUITO BOM. O POETA CONSEGUE ENXERGAR O MUNDO COM OS OLHOS DA ALMA. ISTO NÓS POETAS CHAMAMOS DE SENCIBILIDADE. VÁ EM FRENTE. ANITA PEIXOTO., ALAGOAS.

    ResponderExcluir

Pesquisar