No trem
15:44
Há nos campos a morna paz do estio.
Trepida o trem nos trilhos, corre, avança.
Olhas do campo o manto de esperança.
Eu, milhões de aventuras fantasio.
Falo-te, após. Tu falas. Eu sorrio.
Paira em tudo um sorriso de bonança
Que vem dos teus encantos de criança
E que eu bebo com o olhar em desvario.
Morre o apito a estrugir de cerro em
cerro.
Desces. Eu sigo. Minha vista turva
Só vê teu lenço a tremular... E eu penso
Que a vida é mesmo como um trem de ferro:
Passa... e deixa somente, em cada curva,
Tremulando, a saudade, como um lenço...
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