A Balada do Vira-Mundo
11:42Me solta, gente, que eu quero atravessar a fronteira,
Eu quero ouvir saldades cantadas, choradas, suspiradas,
Molhodas de suor, na segunda classe, onde os emigrantes fazem
mútuas confidências.
Eu quero sentir o vento levantando os meus cabelos revoltos.
Eu quero jogar o resto de tabaco do meu cachimbo nas ondas
revoltas.
Eu quero ver os olhos dos que procuram devassar os horizontes
a ilusão de verem lenços acenando,
- Olhos tristes que lembram noites de amor e que geram poemas.
Me solta, gente, que quero atravesar a fronteira.
Eu quero ver se o beijo de Anor, que mora em Changai e bebe chá
na taça amarela de porcelana,
É mais doce que o de Dolores, que morreu na rua de Madrid, acenando o lenço vermelho no ar como se fosse uma serpente de sangue.
1 comentários
Q linda poesia...'me solta gente", este poeta escrevem muito. Eu amei. parabéns.
ResponderExcluirClaudia Almeida salvador
claudinha@almeida.com